Em reunião realizada ontem
(05) no Hospital Geral, o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad e
diretores das Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) em São Luis e do Hospital
de Alta Complexidade Tarquínio Lopes Filho (Hospital Geral) relataram à
procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Ana Karizia Teixeira Nogueira, a
sobrecarga da rede de saúde pública estadual em decorrência da absorção da
demanda de pacientes que não estão conseguindo atendimento em hospitais de
urgência e emergência mantidos pelo Município, os Socorrões I e II.
Segundo Ricardo Murad, a
Secretaria de Estado da Saúde (SES) teve de suspender cirurgias eletivas
realizadas no Hospital Geral para que fossem instalados 10 leitos de
enfermarias para atender pacientes vítimas de traumas que não conseguiram
atendimento na rede de saúde pública municipal. “Os Socorrões I e II não têm
médicos, remédios e estrutura para atender. E as UPAs estão absorvendo a
demanda de pacientes, porque não podem se negar a prestar atendimento médico”,
informou.
O Hospital Geral realiza uma
média de 30 cirurgias eletivas por dia. Atualmente 1.625 pacientes aguardam na
fila para ser operados no hospital, mas essas cirurgias estão suspensas até que
a situação seja normalizada, já que os leitos estão ocupados por pessoas que
necessitam de atendimento de urgência e emergência. Pelo menos 80% dos
pacientes internados no Geral são provenientes das UPAs do Itaqui-Bacanga,
Parque Vitória, Aracagi, Cidade Operária e Vinhais, que estão trabalhando com
capacidade máxima de atendimento em todos os leitos clínicos.
Vermelha – A procuradora
federal dos Direitos do Cidadão, Ana Karizia Teixeira Nogueira, afirmou que,
segundo foi exposto pela SES, as UPAs estão tendo de absorver pacientes com
classificação de risco vermelha, demanda que é não é de sua competência. “A
Secretaria de Saúde ficou de nos enviar um relatório sobre a sobrecarga no
atendimento das UPAS por causa do encaminhamento de pacientes dos Socorrões.
Vamos analisar a situação e não descartamos a possibilidade de uma ação
judicial do Estado contra o Município, caso a situação não seja resolvida
extrajudicialmente”, afirmou.
Durante a reunião com o
secretário Ricardo Murad, ela disse ainda já ter conversado sobre essa situação
com o secretário Municipal de Saúde, Santiago Servin. Ele informou que somente
agora os médicos dos Socorrões receberam o salário referente ao mês de outubro
e que os vencimentos de novembro e deste mês serão pagos pela nova gestão.
Vistoria – Em novembro,
fiscais da Vigilância Sanitária Estadual fizeram vistoria nos dois hospitais
municipais e constataram diversas irregularidades, entre elas a falta de
remédios, a falta de alimentação – insuficiente e inadequada para os pacientes
-, condições precárias de material utilizado para curativos e pacientes
amontoados nos corredores. O relatório deve ser enviado ainda esta semana para
o promotor de Justiça Herbert Figueiredo, da Promotoria da Saúde.
A precariedade no atendimento
público de saúde, nos hospitais municipais, se reflete nas UPAs, mas a SES
afirmou não ter condições de continuar prestando atendimento médico de
qualidade a todos os pacientes. “Não estamos reclamando da superlotação nas
UPAs, mas não temos mais condições de atender os pacientes vítimas de traumas
como fraturas expostas causadas por acidentes de trânsito, ferimentos a bala e
faca, e que precisam de tomografias, ressonâncias e atendimento cirúrgico.
Serviços que deveriam ser prestados nos Socorrões”, ressaltou Ricardo Murad.(Fonte: O Estado do Maranhão).
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Sua opinião é muito importante para o bom andamento deste trabalho, faça sua observação e sugestão. Sinta-se a vontade para comentar. Obrigada!