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sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Maranhão: A Saúde de São Luís na UTI


Em reunião realizada ontem (05) no Hospital Geral, o secretário de Estado da Saúde, Ricardo Murad e diretores das Unidades de Pronto-Atendimento (UPAs) em São Luis e do Hospital de Alta Complexidade Tarquínio Lopes Filho (Hospital Geral) relataram à procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Ana Karizia Teixeira Nogueira, a sobrecarga da rede de saúde pública estadual em decorrência da absorção da demanda de pacientes que não estão conseguindo atendimento em hospitais de urgência e emergência mantidos pelo Município, os Socorrões I e II.

Segundo Ricardo Murad, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) teve de suspender cirurgias eletivas realizadas no Hospital Geral para que fossem instalados 10 leitos de enfermarias para atender pacientes vítimas de traumas que não conseguiram atendimento na rede de saúde pública municipal. “Os Socorrões I e II não têm médicos, remédios e estrutura para atender. E as UPAs estão absorvendo a demanda de pacientes, porque não podem se negar a prestar atendimento médico”, informou.

O Hospital Geral realiza uma média de 30 cirurgias eletivas por dia. Atualmente 1.625 pacientes aguardam na fila para ser operados no hospital, mas essas cirurgias estão suspensas até que a situação seja normalizada, já que os leitos estão ocupados por pessoas que necessitam de atendimento de urgência e emergência. Pelo menos 80% dos pacientes internados no Geral são provenientes das UPAs do Itaqui-Bacanga, Parque Vitória, Aracagi, Cidade Operária e Vinhais, que estão trabalhando com capacidade máxima de atendimento em todos os leitos clínicos.

Vermelha – A procuradora federal dos Direitos do Cidadão, Ana Karizia Teixeira Nogueira, afirmou que, segundo foi exposto pela SES, as UPAs estão tendo de absorver pacientes com classificação de risco vermelha, demanda que é não é de sua competência. “A Secretaria de Saúde ficou de nos enviar um relatório sobre a sobrecarga no atendimento das UPAS por causa do encaminhamento de pacientes dos Socorrões. Vamos analisar a situação e não descartamos a possibilidade de uma ação judicial do Estado contra o Município, caso a situação não seja resolvida extrajudicialmente”, afirmou.

Durante a reunião com o secretário Ricardo Murad, ela disse ainda já ter conversado sobre essa situação com o secretário Municipal de Saúde, Santiago Servin. Ele informou que somente agora os médicos dos Socorrões receberam o salário referente ao mês de outubro e que os vencimentos de novembro e deste mês serão pagos pela nova gestão.

Vistoria – Em novembro, fiscais da Vigilância Sanitária Estadual fizeram vistoria nos dois hospitais municipais e constataram diversas irregularidades, entre elas a falta de remédios, a falta de alimentação – insuficiente e inadequada para os pacientes -, condições precárias de material utilizado para curativos e pacientes amontoados nos corredores. O relatório deve ser enviado ainda esta semana para o promotor de Justiça Herbert Figueiredo, da Promotoria da Saúde.

A precariedade no atendimento público de saúde, nos hospitais municipais, se reflete nas UPAs, mas a SES afirmou não ter condições de continuar prestando atendimento médico de qualidade a todos os pacientes. “Não estamos reclamando da superlotação nas UPAs, mas não temos mais condições de atender os pacientes vítimas de traumas como fraturas expostas causadas por acidentes de trânsito, ferimentos a bala e faca, e que precisam de tomografias, ressonâncias e atendimento cirúrgico. Serviços que deveriam ser prestados nos Socorrões”, ressaltou Ricardo Murad.(Fonte:  O Estado do Maranhão).

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