Minha melhor CRÔNICA

Minha Rainha

É, eu venho colecionando razões para sonhar ser metade da mulher que ela é.

Por: Geísa Suzane
Quinta-feira, Junho 28, 2007

Escritores sempre estiveram no topo da minha lista de pessoas admiráveis, mas por ela já passaram bandas, atores, atrizes, profissionais, pessoas. Nenhuma que eu realmente quisesse ser, abandonar meus valores, virtudes, vontades, gostos, e até defeitos para ser como elas, isso jamais. Gosto do ser humano que me tornei e da mulher em quem estou me transformando, mas se disser que não há nem nunca houve um espelho no qual volta e meia dou aquela espiadinha pra conferir se estou fazendo tudo direitinho, vou mentir. Tenho um espelho, aliás, espelho daqueles de motel, que as pessoas fingem nem ter diferença ele estar ali ou não, mas que sempre dá uma olhadinha, não custa nada.

A minha mãe é meu espelho. Sempre foi. Desde pequena eu já achava o máximo aquela garra, admirava a cada instante as suas ações, sua luta, sua determinação em vencer, seu talento extraordinário de transformar as coisas complicadas em brincadeiras. E também quis ser como ela, independente, desde dos meus treze anos. Mesmo sabendo que eu teria que crescer e me tornar responsável, antes de tudo. Mas eu queria. Queria escrever e ler do jeito dela, falar bem com todo mundo, conseguir impôr um respeito inacreditável em qualquer pessoa, sem deixar de ser carinhosa. Porque eu podia até dizer para mim mesmo que ela estava errada, mas no fundo no fundo sempre soube que ela foi, é e sempre será meu porto seguro, a minha rainha, a pessoa que tive que enfrentar varias vezes por achar que o que ela falava, estava completamente errado, mais hoje entendo que, eu apenas a copiava, fora da hora. Eu conto às vezes nos dedos, em que ela errou em falar algo que iria acontecer. E quando eu falo nessas mínimas vezes, posso dizer num bom pedaço de tempo, afinal convivo todos os dias no mesmo teto que ela há mais de vinte anos. É, eu venho colecionando razões para sonhar ser metade da mulher que ela é.

Porque a gente pode até negar a qualquer custo, mas a opinião dela é a que mais importa. Porque a gente quer que ela tenha orgulho da filha que criou, desde pequenininha, e que hoje já não cabe mais no colo, mas isso não faz a menor diferença. Afinal, quando o nosso mundo desaba, é ela que a gente quer, porque é nela que a gente confia, é com ela que a gente pode contar, não importa as circunstâncias. Mãe magoa, grita, briga, bate, reclama, e beija. Porque ela é mãe, e eu sei que só posso entender disso quando for uma um dia. Por enquanto, fico na paquera, no aprendizado se conseguir ser um pouco de tudo que a minha mãe é, de tudo que ela já foi, absorver o máximo de tudo que ela já conseguiu realizar. "Obrigada, mãe, te amo"? Prefiro "Sem palavras, dona Elisabeth. Sem palavras". Porque eu quero ser escritora um dia, mas se for depender da minha capacidade de conseguir achar palavras que descrevam no mínimo minha admiração pela mulher que minha mãe representa pra mim para eu publicar um livro, desisto - vou morrer de fome.

TE AMO MAMAE MUITÃOOOOOOO

Gê