Após sobreviver a um grave acidente e passar cinco anos em cadeira de rodas, o engenheiro agrônomo, jornalista e escritor já visitou 151 países — e hoje leva sua experiência à Secretaria de Turismo do Maranhão, inspirando o mundo com sua história de resiliência e inclusão.
Um acidente de carro em julho de 2003 mudou completamente a vida de Luiz Thadeu, maranhense de espírito aventureiro e olhar inquieto. Naquele fim de tarde chuvoso, no interior do Rio Grande do Norte, o motorista do táxi em que ele viajava perdeu o controle do veículo ao atender uma ligação. O impacto da colisão foi devastador: fratura exposta no fêmur esquerdo, 43 cirurgias e cinco anos em cadeira de rodas.
“Minha perna esquerda foi esmagada. Fiquei sem andar por cinco anos, mas nunca sem sonhar”, relembra.
A tragédia, no entanto, se transformou em um novo ponto de partida. Aos 66 anos, prestes a completar 67 em dezembro de 2025, Luiz Thadeu é hoje engenheiro agrônomo, jornalista, escritor e globetrotter — termo em inglês usado para definir quem percorre o mundo. E ele leva o título a sério: já pisou em 151 países, em todos os continentes, e se prepara para embarcar em mais uma jornada que ampliará seu recorde.
“De 26 de outubro a 27 de novembro, visitarei 11 países que ainda não conheço. Assim, alcançarei a marca de 162 países visitados. Pelas pesquisas que já fiz em português, inglês e espanhol, sou o homem mais viajado do mundo com mobilidade reduzida”, afirma com orgulho.
Superação que inspira o mundo
Depois de anos de tratamentos e reabilitação, Luiz Thadeu decidiu retomar a vida com uma nova perspectiva. Sua primeira viagem internacional, após o acidente, foi para a Europa, ao encontro dos filhos Frederico e Rodrigo, que faziam intercâmbio de idiomas. “Foi um marco na minha vida. Andei com meus filhos por oito países e percebi que o mundo continuava me esperando”, recorda.
Desde então, ele não parou mais. Com passaporte repleto de carimbos, histórias e aprendizados, Thadeu carrega o Maranhão em cada destino visitado — e sua trajetória já está registrada até no Aeroporto Internacional de São Luís.
No local, uma placa comemorativa celebra seu feito de viajante incansável. “É a única placa do tipo em todo o Brasil. Não é institucional nem comercial, é uma homenagem à minha história de vida”, conta. A homenagem foi feita pela Infraero e inaugurada pelo então governador Flávio Dino, quando o maranhense alcançou a marca de 130 países visitados.
Da dor à missão pela acessibilidade
Hoje, Luiz Thadeu atua na Secretaria de Estado do Turismo do Maranhão (SETUR-MA), a convite do governador Carlos Brandão, onde trabalha na pauta da acessibilidade turística.
“Nosso papel é levantar demandas e encaminhá-las para as secretarias responsáveis por obras e reformas, como a Segov e a sinfra. Já conseguimos conquistas importantes, como rebaixamento de calçadas e sinalização acessível em vários pontos de São Luís”, explica.
Para ele, garantir acessibilidade é abrir o caminho para que mais pessoas descubram o prazer de viajar. “A inclusão é o maior destino que o turismo pode alcançar”, defende.
Um cidadão do mundo com alma maranhense
Com uma vida marcada pela superação, Luiz Thadeu transformou a dor em força, as cicatrizes em mapas e a limitação em desafio. Autor do livro “Das Muletas Fiz Asas”, ele compartilha suas experiências com humor, emoção e otimismo, inspirando pessoas no Brasil e em diversos países.
“Viajar é a minha forma de agradecer à vida. Cada passo que dou é uma vitória sobre o impossível”, resume.
De cadeira de rodas às passagens de avião, Luiz Thadeu segue mostrando que limites são apenas pontos de partida — e que o Maranhão tem no turismo acessível um de seus maiores exemplos de superação e humanidade.
🧭 Quem é Luiz Thadeu
Idade: 66 anos (completa 67 em dezembro de 2025)
Naturalidade: Maranhense
Formação: Engenheiro Agrônomo e Jornalista
Atuação: Servidor público aposentado do INCRA e colaborador da Secretaria de Estado do Turismo do Maranhão (Setur-MA), com foco em acessibilidade
Obra publicada: Das Muletas Fiz Asas
Reconhecimento: Único brasileiro com uma placa comemorativa no Aeroporto Internacional de São Luís, em homenagem à sua trajetória de vida e viagens
Marcos pessoais: 43 cirurgias, cinco anos em cadeira de rodas e 151 países visitados — número que deve chegar a 162 ainda em 2025
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