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quarta-feira, 30 de outubro de 2024

MPF solicita suspensão de construções do “Terra Ville Residencial” devido a possíveis impactos ambientais

Obras de loteamento próximo ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses são questionadas por falta de autorização do ICMBio

Obras de loteamento próximo ao Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses são questionadas por falta de autorização do ICMBio


O Ministério Público Federal (MPF) entrou com uma ação civil pública, solicitando a suspensão imediata das obras do loteamento “Terra Ville Residencial” e sua estrada de acesso, situados na área de proteção do Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, em Santo Amaro (MA). A ação, movida contra o Estado do Maranhão, o Município de Santo Amaro e a empresa responsável, CAT Construções LTDA, aponta falhas no licenciamento ambiental e riscos potenciais ao ecossistema local.


Segundo o MPF, o plano de controle ambiental apresentado à Secretaria de Estado do Meio Ambiente (Sema) não menciona a proximidade com o Parque Nacional, nem a localização do empreendimento na área de amortecimento do parque, omitindo, assim, aspectos ambientais importantes. Além disso, o empreendimento teria sido licenciado pela Sema sem a necessária Autorização de Licenciamento Ambiental (ALA) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão responsável pela proteção do parque.


A ação também contesta a autorização dada pela Prefeitura de Santo Amaro para a construção em área rural, onde não é permitida expansão urbana. As obras estão a aproximadamente 200 metros do campo de dunas dos Lençóis Maranhenses, contrariando normas locais e federais.


A estrada de acesso ao loteamento, aprovada pela prefeitura e pela Sema sem a autorização do ICMBio, tem quase 2 km, passando pela área de amortecimento do parque.


O caso começou a ser investigado pelo MPF após denúncias do ICMBio e do Conselho Municipal de Turismo de Santo Amaro, que alertaram para os impactos ambientais e no turismo local. O ICMBio destaca que a construção próxima ao parque aumenta o risco de degradação da área protegida e de impactos no turismo, que dependem da preservação da paisagem natural.


Diante disso, o MPF solicita à Justiça a suspensão imediata das licenças ambientais e de construção, assim como qualquer publicidade ou venda de lotes do empreendimento, e a anulação de todas as licenças concedidas sem o devido processo ambiental. Em caso de decisão favorável, o MPF requer a recuperação da área afetada, além de indenização pelos danos ambientais causados.



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