Litoral do Piauí já registrou o nascimento de 5 mil tartarugas em 2018 |
O Jornal da Cultura neste Sábado(23/06/18) exibiu uma reportagem mostrando o nascimento de tartarugas marinhas no litoral piauiense...
Quem teve a sorte de estar na
praia do Arrombado nesta segunda-feira (21), no município de Luis Correia,
presenciou uma cena de encher os olhos: o nascimento de 140 filhotes de
tartarugas marinhas. Os ovos começaram a eclodir pouco antes das 17h, deixando
o final de tarde na praia ainda mais atrativo. O litoral piauiense é um
verdadeiro berçário para duas espécies, a de pente e a tartaruga de couro.
Segundo o Instituto Tartarugas do Delta, só em 2018 cerca de 5 mil filhotes já
nasceram no Estado.
“No Brasil frequentam cinco
espécies de tartarugas, porém, o Piauí é mais frequentado por duas espécies,
que é a tartaruga de pente e a de couro. As duas espécies estão na lista
crítica de extinção. A gente acompanha o nascimento do ninho e tem uma ideia de
quando ele vai eclodir, entre mais ou menos 60 a 70 dias”, explica Werlane
Magalhães, bióloga e vice-presidente do Instituto Tartarugas do Delta.
O professor Raimundo Junior
estava na praia e registrou o momento (vídeo abaixo) em que vários filhotes tiveram
seus primeiros contatos com o mar. “Presenciar o nascimento das tartarugas
marinhas é um espetáculo belo e interessantíssimo. É uma verdadeira aula de
luta pela sobrevivência: quebrar a casca do ovo, sair do buraco, chegar na
água, escapar dos predadores. Então, vê aquele nascimento é inspirador, único e
exuberante”, disse ao Cidadeverde.com
As ações para preservar os
ninhos são intensas, pois de mil filhotes que nascem, só dois chegam a idade
adulta. “Só nessa temporada a gente liberou 5 mil filhotes. Só em 2018. A cada
temporada a gente libera uma média de 7 mil filhotes. Ao longo de 10 anos de
trabalho já foram liberados 70 mil filhotes. Eles devem voltar daqui a 25 anos.
A cada mil, um ou dois atingem a idade adulta. Sendo assim, temos que garantir
que área de desova não seja descaracterizada como a construção de prédios,
diques, marinas, para que não perturbe o berçário natural”, afirma a bióloga.
Além dos predadores naturais,
as tartarugas marinhas enfrentam nas praias do Piauí a ação do homem. Ainda é
comum no litoral do Estado, o trafego de veículos na faixa de areia. “A
circulação de veículos na praia perturba muito os berçários. O nosso litoral
possui grande potencial turístico, então a gente vem dialogando com o pessoal
do setor, participando de reuniões, para que a gente repense o tipo de turista
que a gente quer para a nossa região. Praticar o turismo ecológico e começar a
trabalhar medidas e formas de as pessoas aproveitarem o litoral sem ter que
colocar carro na praia”, alerta Werlane Magalhães, ressaltando que as
comunidades locais também contribuem na degradação dos locais de desova.
“Não é só o turista, as
comunidades locais andam de moto. O filhote é muito pequeno e não tem como
enxergar de um carro ou moto. A gente sempre alerta para a proteção. Praia não
é lugar de carro. Temos outros problemas? Temos! Mas esse é fácil de conter”,
acrescenta.
De acordo com o Instituto
Tartarugas do Delta, há ocorrências destes animais em toda a faixa de litoral
do Piauí, no entanto, as praias do Arrombado, Coqueiro – ambas em Luís Correia
– e Pedra do Sal, em Parnaíba, registram maior aparição.
O projeto Tartarugas do Delta
iniciou em 2006 com ações de conservação das tartarugas marinhas no litoral
piauiense. Em 2013 o Instituto participou na seleção pública do Programa
Petrobras Socioambiental, e foi contemplado no edital com o patrocínio da
Petrobras, para execução do projeto Biodiversidade Marinha do Delta – BIOMADE
em parceria com o SESC Piauí, projeto TAMAR e ICMbio. Como resultado importante
foram marcadas as primeiras fêmeas de tartarugas marinhas no litoral piauiense
e identificadas áreas prioritárias para conservação de tartarugas marinhas,
boto-cinza e cavalo-marinho.
Em 2016 a tartaruga marinha
foi reconhecida com Patrimônio Natural dos municípios de Parnaíba e Luís
Correia e reconhecida como patrimônio do Estado juntamente com cavalo-marinho e
peixe-boi. (Fonte: Cidade Verde)
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