O nível de água do rio Poti vem diminuindo nos últimos meses, resultado da falta de chuvas no Piauí e do assoreamento desenfreado. Isso pode ser facilmente constatado no trecho próximo à Ponte da Primavera, na zona Norte de Teresina, onde a vegetação toma conta de boa parte do rio. Para os ambientalistas, a falta de políticas públicas voltadas para a preservação dos dois rios que cercam a capital gera grandes impactos no meio ambiente e, se algo não for feito a curto prazo, os dois rios podem deixar de existir nos próximos 10 anos.
"O assoreamento prejudica as matas ciliares. Quando chove a vegetação é levada para dentro do rio. Nesse período, de escassez de chuvas, o nível do rio está baixo e o número lâminas d'água está cada vez menor. Não há nenhum projeto que vise a redução desse impacto. Nada se fala a respeito dos rios", diz o geólogo e ambientalista Carlos Máximo, vice-presidente da Furpa (Fundação Rio Parnaíba). Ele diz que o primeiro passo a ser dado é a proibição do lançamento de esgoto sem tratamento no rio Poti.
"Os esgotos poluem a água do rio que, além dos coliformes fecais, é contaminada com metais pesados, prejudicando a saúde das populações ribeirinhas", completa. Ele acredita que em 10 anos, se tudo continuar como está, o rio Poti pode cortar, deixar de ser perene e ser dominado pela vegetação. "Nos próximos anos, a temperatura de Teresina deve aumentar até 2ºC, será insuportável viver aqui nessas condições. E nada se faz para preservar os rios, que poderiam amenizar esse calor. Não há fiscalização, os órgãos ambientais estão fragilizados. O que há é uma descontinuidade das políticas públicas".
O ambientalista diz que não há fiscalização em relação à construção de imóveis próximos aos rios, considerado que essas são áreas de preservação ambiental. Com o nível de água baixo, também não se vê muitos pescadores ao longo do rio. O vice-presidente da Furpa chama atenção para a contaminação desse pescado, já que os peixes se alimentam dos dejetos jogados no rio. "Os peixes se concentram justamente nas proximidades das bocas de lobo, onde encontram alimento. Eles se alimentam de metais" (Fonte: 180graus.com).
Até quando isso vai continuar. Fazendo um estudo sobre os impactos ambientais e a possibilidade de revitaliza-lo todo Uma forte fiscalização sobre o entorno do rio .
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